Sherlock Holmes

Postado em 28 de Janeiro de 2010

Sherlock Holmes é diversão, só! E isso é elementar, caros cinéfilos!


Robert Downey Jr é um ator que já brindou o espectador com alguns belos personagens ao longo da carreira, e é uma pena que Hollywood o tenha ‘descoberto’ de uma forma tardia, já que bastou fazer Homem de Ferro e agora ele está na crista da onda.

O mesmo magnestismo ocorre em Sherlock Holmes de Guy Ritchie? Um pouco, se comparado aquele outro personagem da Casa das Idéias. Entenda bem, o filme é entretenimento, e Downey Jr junto com Jude Law – o inseparável amigo John Watson – formam uma bela dupla encorpando lutas, investigações, dramas pessoais e momentos repentinamente cômicos.

Apesar de (pasme!) pouco asseado e psicologicamente à beira de um surto, a personagem título é um gênio, insolente, divertido, um mulherengo canastrão e sofisticado que o faz lembrar outro, e mais famoso, personagem que interpretara a dois anos na obra de Jon Favreau.

No conto de Sir Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes é extremamente cerebral, minucioso e astuto. Quanto a isso fique despreocupado porque é um ponto certeiro no roteiro de Michael Robert Johnson, Anthony Peckham e Simon Kinberg. Mesmo com a diversão, pode haver certa resistência dos mais reacionários e tradicionais, já que há uma fuga completa da visão clássica das obras.

O método científico e a lógica dedutiva no desvendar de pistas, ou mesmo no combate corpo a corpo, é de bater palmas, apesar de um excesso aqui e acolá. Falando em lutas, nos contos o detetive é descrito também como um excelente pugilista e esgrimista, e Ritchie usou e abusou da habilidade marcial de Holmes. Quando há chance são socos, ponta-pé e quebra-quebra. Ah, esses diretores e filmes caça-níqueis...

A trama

O filme já inicia com a dupla no ápice do desvendar de uma série de assassinatos ocorridos em rituais satânicos por toda Londres vitoriana do século XIX, e o Lorde Blackwood – interpretado muitíssimo bem por Mark Strong – é a figura sinistra por detrás de tudo.

Sentenciado à enforcamento, Blackwood jura que a morte é apenas o princípio, e a obra dele continuará. E assim é. A personagem misteriosamente retorna do mundo dos mortos, desaparecendo do túmulo, e uma nova leva de assassinatos desafia o exercício intelectual de Holmes e Watson. Em paralelo um espacinho no roteiro para draminhas pessoais e desarmonia envolvendo os personagens principais, mas que na verdade arrancam algumas risadas da platéia (seria tais atritos um alívio cômico ou artifício para ocultar a ligeira falta profundidade no roteiro?).

Complexando, e intrigando, mais a história... entra em cena Irene Adler, a única pessoa que já fez a proeza de fazer de idiota, segundo doutor Watson, o mais brilhante detetive das estórias, e por duas vezes! Sua participação poderia ser de certo descartável – apesar da boa atuação de Rachel McAdams - se não fosse o gancho que ela dá para a seqüência garantida nos cinemas. Tá ai um belo exemplo de McGuffin, como diria Alfred Hitchcock, que a trinca de roteiristas usa e desenvolve na película.

Sherlock Holmes é diversão garantida, o filme ideal para as férias, valendo o ingresso e não espere mais disso. Há química entre os atores, mistérios, reviravoltas, lutas, personagens arquétipos e tudo na medida certa como deve ser um filme pipoca.

Divirta-se ao ver Robert Downey Jr e Jude Law socados, explodidos, e desafiados a montar um quebra-cabeça de evidências sob a ótica de Guy Ritchie.

Classificação: Mandou Ver

Avatar
James Came­ron é um mago dos cine­mas, e há vinte e cinco anos quando trouxe ao mundo O Exter­mi­na­dor do Futuro, pas­sou a tri­lhar o cami­nho que o con­sa­gra­ria como um dos mais pro­lí­fi­cos dire­to­res que já pas­sou por este pla­neta.

Ele rotei­ri­zou Ava­tar há um bom tempo, com uma trama básica, mas lite­ral­mente enga­ve­tou a idéia, esquecendo-a, afi­nal, não havia tec­no­lo­gia para fazer jus ao que ele pro­pu­nha no conto. E foi assim até que, certo dia, o homem reti­rou o calha­maço de onde guar­dara, lite­ral­mente tirando a poeira, e viu que ali real­mente havia um enorme poten­cial para um épico.
Foi pouco mais de uma década de pura e cal­cu­lada pre­pa­ra­ção, de aca­ba­mento no roteiro, busca pelo aper­fei­ço­a­mento tec­no­ló­gico com a ajuda dos melho­res artis­tas do ramo para tor­nar tudo “real”.

Então a Fox arcou com o orça­mento de 400 milhões de dóla­res, um dos mais caros inves­ti­men­tos nessa indús­tria. Foi assim que Came­ron rom­peu o jejum de doze anos de dire­ção. Ele tinha atin­gido o seu ápice com Tita­nic, nada menos que a maior bilhe­te­ria da His­tó­ria do Cinema, e agora, final­mente, tem os recur­sos neces­sá­rios para tor­nar o uni­verso de ima­gens, sons, cores e tex­tu­ras quase que pal­pá­veis na tela de pro­je­ção. O estú­dio sim­ples­mente embar­cou no auda­ci­oso pro­jeto. Era o mínino, já que ele se tor­nou um dos cine­as­tas mais ren­tá­veis da casa.

Mas chega de enro­la­ção. Senho­ras e senho­res vamos a Avatar.

Jake Sul­li­van (inter­pre­tado pelo ator Sam Worthing­ton) é um marine para­plé­gico que embarca numa via­gem espa­cial que dura cinco anos para che­gar ao pla­neta Pan­dora, o local mais hos­til que um ser humano pode estar. Ele faz parte de um pro­grama em que a cons­ci­ên­cia humana é trans­fe­rida a um ava­tar, um corpo que é a mis­tura de DNA humano com os nati­vos do pla­neta, os Na’vi. A fun­ção é se inte­grar aos habi­tan­tes locais, conhe­cendo a cul­tura e ganhar a con­fi­ança deles.

O motivo dessa emprei­tada é clara: Uma empresa mine­ra­dora quer o pre­ci­oso unob­ta­nium, abun­dante nas flo­res­tas, e com Jake na forma Na’vi as chan­ces dessa espé­cie ceder aos pla­nos dos huma­nos fica mais tan­gí­vel, teo­ri­ca­mente. Mas a ver­dade é que a região está ame­a­çada pela devas­ta­ção, e a impa­ci­ên­cia dos mili­ta­res cresce cada vez mais.

Enquanto que Sel­fridge (Gio­vanni Ribisi) — responsável pela empresa mine­ra­dora — e o Coro­nel Qua­ritch (Stephen Lang) estão exci­ta­dís­si­mos na busca por sub­ju­ga­ção, entra em cena a Drª. Grace (Sigour­ney Wea­ver), uma cien­tista com fun­ção diplo­má­tica como con­tra peso à igno­rân­cia capi­ta­lista e mili­tar. Ela ‘cate­quiza’, na forma de um Na’vi, os huma­nói­des, pro­vi­den­ci­ando cui­da­dos médi­cos, ensi­nando a lin­gua­gem humana, etc. Mas o cho­que entre cul­tu­ras é ine­vi­tá­vel, e o ‘Povo do Céu’ — os huma­nos – se per­pe­tua como os ali­ens, os inva­so­res, os vilões.

A trama lem­bra o con­ceito de his­tó­rias como O Último Samu­rai ou O Último dos Moi­ca­nos pela ques­tão do cho­que de cul­tura. Faça­mos um para­lelo entre Jake Sul­li­van e o capi­tão Algren — Tom Cruise na obra de Edward Zwick. Enquanto que Algren foi cap­tu­rado, Jake se deixa inse­rir na comu­ni­dade a ser estu­dada. Mas o que real­mente têm em comum é que ficam imer­sos na alte­ri­dade da cul­tura, assimilado-a, apren­dem a amá-la e no final um embate de gran­des pro­por­ções, dando a vida para protegê-la das for­ças mili­ta­res que enviou-lhe até lá.


Per­fei­ta­mente lógico tam­bém fazer uma com­pa­ra­ção entre os Na’vi e a tribo dos Moi­ca­nos – do céle­bre filme onde Daniel Day Lewis inter­pre­tou Haw­keye. É de uma beleza infin­dá­vel os deta­lhes, a lin­gua­gem (que real­mente foi cri­ada), as cores, as flo­res­tas e seres lumi­nes­cen­tes, por serem extre­ma­mente atre­la­dos à ideia da dei­dade que os une, uma ener­gia que dá vida a tudo — Eywa. Outro ponto a des­ta­car é o espí­rito bravo e indo­má­vel dos nati­vos, que está extre­ma­mente refle­tido em Ney­tiri, per­so­na­gem de Zoe Sal­dana, o inte­resse amo­roso de Jake. É atra­vés dela que o herói é aceito pelos Na’vi, já que o sal­vara por ter um cora­ção puro, embora tei­moso e baru­lhento como uma criança.

A cap­tura de movi­men­tos está fan­tás­tica, bem como a com­pu­ta­ção grá­fica res­pon­sá­vel pela ambi­en­ta­ção, a ponto de não dis­tin­guir o que é real ou não, além de vários pla­nos de câmera mais aber­tos trans­pa­re­cendo a gran­deza do cená­rio de cacho­ei­ras, rochas, hori­zonte, o céu enso­la­rado, as flo­res­tas, e em dados ins­tan­tes, a câmera lenta em momen­tos mais ten­sos de bata­lha e efer­ves­cên­cia emo­ci­o­nal. Tudo foi basi­ca­mente cri­ado do zero. É impres­si­o­nante e difí­cil ima­gi­nar o enge­nho focado em tama­nho pro­jeto, mas no final é pos­sí­vel ver o resul­tado em Avatar.

É impres­si­o­nante a riqueza de cada deta­lhe é poten­ci­a­li­zada em clo­ses, com expres­sões faci­ais sutis, linhas do rosto, a refle­xão e absor­ção de luz na pele, o escor­rer de lágri­mas, a silhu­eta de cor­pos dese­nha­das no neón, etc.

Exis­tem pelí­cu­las de fic­ção cien­tí­fica que cer­ta­mente mar­cam a his­tó­ria da cine­ma­to­gra­fia mun­dial: Tri­lo­gia de Star Wars, De Volta Para O Futuro, Indi­ana Jones, Blade Run­ner, O Exter­mi­na­dor do Futuro 1 e 2, Ali­ens – O Res­gate, Matrix, entre outros. Se Ava­tar vai ou não se incluir no mesmo pan­teão, isso cabe a você espec­ta­dor deci­dir apon­tando o dife­ren­cial. A tec­no­lo­gia sabi­a­mente empre­gada em cada cena vai gerar essa discussão.

Mas mesmo com per­so­na­gens bem desen­vol­vi­dos e sem firu­las no fácil desen­ro­lar dos 162 minu­tos de acon­te­ci­men­tos, fique avi­sado que não há revi­ra­vol­tas ou momen­tos real­mente ines­pe­ra­dos. A his­tó­ria nos con­duz a cami­nhos já conhe­ci­dos, como águas vin­das da nas­cente que desem­bo­cam na foz. Você já conhece o des­tino. Mas é inte­res­sante saber como essa jor­nada se dá, e a tec­no­lo­gia se ajusta per­fei­ta­mente a isso como uma cober­tura espe­cial assen­tando uma cereja no topo do bolo, que dá todo o sabor especial.

Defi­ni­ti­va­mente 2009 foi o ano da ficção-científca, e Ava­tar é parada obri­ga­tó­ria para quem curte uma boa his­tó­ria, e você vai se sen­tir imerso num novo e bravo mundo, o qual James Came­ron conceituou!

Classificação: Explosão Áudio-Visual!
Morre Brittany Murphy


Infelizmente faleceu na manhã deste domingo dia 20 de dezembro de 2009, em Los Angeles, a atriz Brittany Murphy. Suspeita-se de que fora por ataque cardíaco fulminante.


Segundo bombeiros de Los Angeles, Simon Monjack, o marido da atriz, foi quem fez o telefonema de emergência às oito da manhã – duas da tarde no horário de Brasília.

De acordo com o site TMZ a atriz deu entrada no Cedars-Sinai Medical Center já morta. Por enquanto não há mais informações.

Brittany fez parte de comerciais na infância. Na década de 90 fez participações na série Blossom, apresentada no Brasil pelo SBT, e em 1995 no filme As Patricinhas de Beverly Hill. Em 1996 atuou em Drive - Tensão Máxima, ao lado de Mark Dacascos e Kadeem Hardison, e em 1999 no drama Garota Interrompida com Angelina Jolie e Whoopi Goldberg. Mas foi em 8 Mile - Rua das Ilusões que obteve reconhecimento profissional. Mais tarde esteve em Sin City de Robert Rodriguez.

Efraim Fernandes, como todos, foi pego de surpresa
Morre Lombardi
Uma das vozes mais icônicas da TV brasileira, Luiz Lombardi Neto faleceu na manhã desta quarta feira (02 de dezembro de 2009) em sua casa. O locutor acompanhou Silvio Santos por anos, tornado-se uma marca registrada no programas dominicais do SBT.


O corpo foi encontrado, segundo o irmão, Reinaldo Lombardi, na residência dele em Santo André pela esposa do locutor, Eni, que constatou que Lombardi estava morto na cama. Ele não sofria de nenhuma doença, porém uma de suas sobrinhas, chamada Adriana, suspeita de infarto.

Silvio Santos ao saber da notícia, cancelou uma gravação que ocorreria esta manhã, chegando à emissora visivelmente abatido e chateado. A despedida deve ser realizada na Câmara Municipal de Santo André, e será aberta ao público, acordo esse feito entre a emissora de Sílvio e os familiares do profissional.

A emissora que abrigou Lombardi, o SBT, fez uma declaração oficial: “É com muita tristeza que o SBT comunica o falecimento do grande companheiro de Silvio Santos e da emissora, Luiz Lombardi Neto, de 69 anos”. Celso Portiolli também se mostrou comovido: “Perdi um grande amigo. Pessoa digna e de uma extrema bondade. Sempre me ajudou”.

Lombardi nasceu no ano de 1941 e começou na carreira ao lado do homem do Baú no inico da decada de 70, e a amizade entre ambos era grande, sendo que Silvio não começava nenhuma gravação enquanto Lombardi não estivesse presente.