Espelhos do Medo
O diretor Alexandre Aja não traz nada nesse filme de terror que você já não tenha visto, mas isso não quer dizer que não seja um bom filme! Espelhos do Medo (Mirrors) é mais uma refilmagem de um terror asiático e a introdução do filme é trevosa. Um homem fugindo e adentra o que parece ser uma estação de trem, mais precisamente um alojamento dentro de uma estação. Até ai nada demais, porém... Os armários rangem um por um e se depara com seu reflexo num grande espelho. O que vem a seguir é o seu reflexo cortando a própria garganta, mostrando cuidadosamente o passar da ponta, abrindo e jorrando sangue.

Fim da introdução, abertura do filme com tomadas aéreas de Nova Iorque em efeito espelhado. O que se segue adiante nos filmes é típico dessa temática, como exemplo Benjamin Carson (Kiefer Sutherland). Ex-policial com uma grande tragédia no passado que para superar o trauma se afoga em bebida e torna-se um alcoólatra. Agora está com o vício superado, contudo toma medicação pesada e pra fechar, é divorciado, tem um casal de filhos e diferenças com a ex-mulher Amy (Paula Patton).

Aceita um trabalho novo na loja de departamento MayFlower, como vigia para pagar a pensão dos filhos. Quebrado, querendo mudar de vida, desesperado, é claro que aceita o trabalho. Daí, não é segredo pra ninguém, o local sofreu um terrível grande acidente, gente foi morta. O lugar está entregue aos escombros, é escuro e medonho. Até ai, todos sabem que é mal assombrado.

Quando começa a ter uma idéia do que está havendo, não é que Sutherland começa a dar uma de Bauer, o fodão? Os fãs do seriado que me desculpem, mas ele faz as mesmas caras-e-bocas da série. Poderia até dizer que ele está um pouco limitado na atuação, mas deve ser exatamente pela fama que berra, corre, atira, cai, do jeito mandão e que esbraveja que o faça ter tanto apelo. É um filme para os fãs da série, porque ele faz exatamente isso! Ta aí uma coisa que nunca se pensou, ver o Kiefer ‘Sou O Fodão Bauer’ Sutherland com medo. Mas é vermos ele gritar de dor, ou dar um piti com a ex-esposa e irmã com seus berros rocos que se remete novamente ao personagem de 24 Horas. O senhor Fodão Bauer fica com o cu na mão.

Um destaque do filme vai para Amy Smart que faz Angela, irmã do protagonista. Após anos fazendo longas de temática adolescente regados a sexo e risadas, ela tem um papel um tanto descartável, contudo bem mais ‘sério’, finalmente! Ainda assim, não se livrou do estigma de ser uma garçonete, coisa que ela já fez anteriormente. A tal cena comentada dela é a da banheira, na qual seu reflexo a mata ao (pior) estilo Didi Mocó. Sim, isso mesmo, e de engraçada nada tem. É de uma frieza só a forma como as mortes são retratadas, bem explícitas, e a de Angela na banheira é a melhor delas, e nem mesmo ela pagando peitinho e bundinha (mesmo que perfeitos) alivia a cena.

Mas acredite, o filme é tenso mesmo havendo os tão notórios e corriqueiros elementos clichê da chuva e trovejada no momento de investigação, ou do momento em que o diretor nos prepara um susto pra lá de encomendado quando o personagem está diante de um espelho abaixado e se levante, e bum... Susto. Mas do que esses batidos, o clássico da lanterna que apaga no momento em que mais se precisa, junto da uma música tensa crescendo e tornando-se ensurdecedora e bum... Susto de novo. Ah, tem reviravolta no final, tá?

No final, é isso. É um Jack Bauer num filme de terror. Talvez as coisas seriam mais fáceis se Benjamin tivesse a chance de ter a ajuda de Buffy - A Caça Vampiros, dos irmãos Winchester e quem sabe até mesmo de Salsicha, Scooby, Fred, Wilma, Daphne e do tão briguento quanto Benjamin, mas menor, Scooby-Loo?
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