10.000 a.C.
Rápido e rasteiro: O filme é fraco! 10.000 a. C. só teve a visibilidade que demonstrou por ter Roland Emmerich sentado a cadeira de direção com o megafone. Ele é responsável por Soldado Universal e sucessos de filmes catástrofe como Independence Day e O Dia Depois de Amanhã.

O contexto é pra lá de manjadíssimo: Uma profecia diz que no futuro um homem valente será o líder de um povo e trará a libertação dos seus conterrâneos. O velho blá blá blá de sempre. O nome do primeiro herói da História é D’Leh (Steven Strait) e ele não passa de uma versão chorona e bem mal comparada a de Moisés em Os 10 Mandamentos, ou Neo de Matrix. Claro que todo conto assim tem uma coisa de que o herói necessita: vilões. Mas estes mesmos não conseguiram ser atraentes ou malvados o suficiente... Olha a escassez do roteito ai de novo!

Para engrossar o caldo e (tentar) trazer mais intrigas, o calcanhar de Aquiles do jovem guerreiro: Evolet (Camilla Belle), a mulher de olhos azuis por quem está destinado desde a infância. Ela faz a típica donzela em apuros, a eterna vítima a ser salva. Depois de seqüestrada junto com amigos por um grupo austero, D’Leh e o conselheiro da tribo interpretado por Cliff Curtis, (uma espécie de precursor a Sócrates, metido a sábio e filósofo, que mais traz indagações do que respostas) descobrem que os malvados bárbaros vilões é apenas uma parcela do grande império a quem irão enfrentar para libertar o seu povo.

Incoerente é o conto quando o vemos. A tribo dos mocinhos fala em inglês (!!!) enquanto que aquelas que juntam forças na batalha falam um tipo de dialeto africano, e como se não bastasse, o execrável exército bárbaro tem uma linguagem impronunciável, totalmente diferente dos grandiosos homens da fita.

Para um filme de homens nômades, muita sofisticação é vista na cidade-império quando chega o clímax do embate. No decorrer de 10.000 a. C. mapas, esquadros, compassos, todo tipo de parafernália de construção, barcos à vela, roupas estilizadas e adornos são avistados a todo o tempo. Como é possível tal inverosimilhança? Que credibilidade é passada na tela? Nenhuma!

Ao final, vemos que tudo não passa de um Romeu e Julieta da Idade da Pedra, e o potencial de ser um bom épico é resumido a jogar uma lança aqui e ali, correr no meio da mata e encontrar um amor de infância. O único ponto realmente forte são as locações e a fotografia, que por vezes chegam até mesmo serem comprometidas pelo fato de vermos os atores contracenando a um evidente fundo projetado de montanhas e regiões áridas.
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