Meu Nome Não É Johnny
“A vida é uma raposa e quando você vê, passa rápido” é a frase de Giulio Lopes, o ator que encarna o pai de João Guilherme Estrella interpretado por Selton Mello. E assim o protagonista viveu a sua vida. Durante a primeira metade da fita, vemos a infância e adolescência de João.

Década de 70 é a época de idas aos clássicos do estádio Maracanã, de brincadeiras e sapequices de criança, sem freio algum e com certa cumplicidade do pai, o seu herói. Mas estas brincadeiras e sapequices de criança aos poucos vão dando espaço a uma grande libertinagem e a entrada de um mundo que por muitas vezes não há volta: as drogas. Tudo por causa de um baseado fumado aos quinze anos de idade com amigos na praia.

O destino de João começa a ser trilhado por caminhos que o levam a badalar-se no tão notório e marcante rock and roll dos anos 80, caindo de cabeça no mundo das drogas para alguns anos depois conhecer a pessoa que com quem partilha do frenesi de suas festas noturnas intermináveis. Entra em cena a personagem de Cleo Pires (Sofia) sendo linda, sensual e provocante, encontrando com ela momentos de briga e de paz e conforto.

Suas festas e loucuras mostram o lado cool, divertido e tentador de ser sempre o anfitrião ao receber amigos e belas mulheres. O sucesso como comerciante de cocaína lhe dá oportunidade de conhecer o glamour de uma boa vida. Gargalhadas histéricas em salas de cinemas são garantidas havendo identificação com Selton Mello em ação nas cenas com diálogos afiadíssimos e de muito bom humor, embora que não politicamente corretos.

A expressão ‘muito riso é sinal de choro’ faz-se verdade no filme. Em sua segunda metade a vida do protagonista vira de cabeça para baixo quando preso na Europa. Júlia Lemmertz, a mãe devotada se vê diante de um pesadelo e João começa a pensar em mudar de vida quando não mais enxerga a luz no fim do túnel.

Os risos e piadas tão freqüentes na primeira hora do longa-metragem dá lugar ao silêncio e atenção a uma estória dramática. O espectador torce pela absolvição de João mesmo tendo vivido à margem da lei, isso devido à graça e simpatia de Selton Mello que conquista aquele sentado na poltrona pelas falas e gestos de uma pessoa comum, como as de um amigo próximo.

Ao final, em lágrimas, a personagem exprime o verdadeiro significado da liberdade estampada no rosto simplesmente ao ver a praia de Copacabana e o céu azul na volta para casa. Nestes momentos finais, João Gulherme Estrella despede-se da antiga vida bandida, abraçando um novo começo. O espectador presencia um bom final e renova as forças respirando fundo e seguindo em frente como João.

"Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda." Cecília Meireles, em Romanceira da Inconfidência
5 Responses
  1. Anônimo Says:

    Esperava mais! Achei q vc fosse elocubrar sobre sua vida X vida de João Guilherme!!!
    Vou ficar esperando um novo texto!!!hahaha!
    Bjs


  2. Oi. Ainda não vi o filme mas estou com muita vontade de ver porque sou fã do Selton Melo. Só passei aqui para dizer que gostei do seu texto. Beijos


  3. Unknown Says:

    Ah Efra...Gostei do texto, mas assim como a Deborah também esperei um pouquinho mais... Gosto de ler sua elocubrações!
    Bjs!


  4. Gostei Efra
    Boa postagem
    LIBERDADE... taí uma coisa que não podem roubar de nós
    LIBERDADE... palavra deliciosa de se falar, sensação sem preço para apreciar


  5. Anônimo Says:

    Cara já ouvi falar muito bem desse filme,e agora estou lendo aqui!!
    Parece ser muito foda...depois que eu for ao cinema vou opinar melhor!!

    bjinhuuss =)