A Lenda do Tesouro II
Qual a coisa básica em uma caça ao tesouro? O tesouro e caçadores, logicamente, e National Treasure: The Book of Secrets, que no Brasil vem como A Lenda do Tesouro Perdido II, é um repeteco do primeiro filme. Mais do mesmo é praticamente o que se vê neste longa-metragem dirigido por Jon Turteltaub que assinou o filme original e esta seqüência. Mas a diferença está na ‘riqueza’ da trama.

Esta nova aventura inicia-se retomando o assassinato de um dos maiores presidentes Norte-Americanos do passado, Abraham Lincoln. Já nos dias atuais Mitch Wilkinson, o personagem de Ed Harris, alega ter provas de que o antepassado de Benjamin Franklin Gates (Nicholas Cage) teria ajudado a planejar a morte do líder americano em 1861. Pronto, está armado o circo numa corrida para mais uma vez limpar o nome da família Gates, assim como na primeira estória, lançada em 2004.


Compondo ao elenco temos Diane Kruger que revive a personagem Abigail Chase, o interesse amoroso do lead man da narrativa. Há também o retorno de Justin Bartha como Riley Poole, o excêntrico hacker e alívio cômico. Por último, Jon Voight reencarnando Patrick Gates (o pai do bom moço) e a talentosa Helen Mirren, como a matriarca Gates.

A trama intricada, e facilmente desdobrada por Cage após pistas de difícil juízo, faz com que os mocinhos saibam exatamente os próximos passos, mesmo a uma enxurrada de informações. Aos olhos e sentidos de meros leigos, certamente existe ignorância completa aos rastros do tesouro perdido, contudo, é de simples entendimento para os heróis da fita. Os astros querem passar um ar inteligentíssimo e onisciente dos fatos, da forma como são seus papéis, o que chega a ser um tanto forçado.

Para preencher os buracos e mesmo a dar uma pausa para respirar das epifanias e brilhantismos de Benjamin Gates e trupe, vêm as frivolidades que amenizam o enredo absurdo. Se pensarem que é exagero, enganam-se. Vê-se o grandioso e virtuoso herói fazer o impossível: seqüestrar o presidente dos Estados Unidos da América, o homem mais poderoso do mundo! E o ‘armamento’ usado para coagi-lo foi apenas lábia, jeito chorão (característico de Nicholas Cage) e senso imaculado de patriotismo. Santo Non-Sense!

A Lenda do Tesouro Perdido II é um exemplo claro e perfeito de que com certeza a vida não imita a arte. Assiste-se a uma narrativa nas quais soluções vão saltando da tela e tudo é mastigado para o pagante do cinema, sem ter o trabalho de raciocinar na elucidação dos enigmas. O filme é um aspira de Indiana Jones com roupagem para o século XXI e tão enervante quanto a presença de pistas que levam a mais pistas ou armadilhas, está a complexidade das teorias conspiratórias e a cultura do poderio Norte Americano. Mesmo assim, isto tudo não impede de ser um passatempo à la Sessão da Tarde por duas horas.

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