Rambo IV
Atenção senhoras e senhores fãs da franquia Rambo, no alto dos sessenta e dois anos de idade, Sylvester Stallone está de volta dirigindo e estrelando este filme para um último banho de sangue após vinte anos fora das telonas!

Um grupo missionário liderado por Michael (Paul Schulze) vai até John Rambo alugar um barco na Tailândia até Birmânia para levar suprimentos e cuidados médicos a população local. O herói de passado atormentado tenta alertar com poucas palavras o que estão por enfrentar e recusa a proposta, por esta região ser o foco de uma sangrenta área de guerra. Mesmo com o aviso de todos os perigos, recusam ouvir o protagonista e tudo que irão passar não chega nem perto do comunicado previamente dado. A negação é vencida pela atitude persuasiva de Sarah (Julie Benz) e sobem o rio em direção ao norte.

Chega por vezes ser irritante a ‘pureza’ (ou ingenuidade) do líder missionário dizendo que podem mudar a situação da guerra, que matar é muitíssimo errado e que toda vida humana é sagrada. “Estão levando armas? Então não vão mudar nada. Este tipo de pensamento não muda o mundo!” são as palavras ditas a todos pelo personagem central. O que Michael não sabia é que matando seria a forma de salvar a própria vida e de seus amigos.

A relação de Rambo com Sarah é rapidamente reflexiva. Ela o pergunta sobre o seu passado, onde mora, e se tem familiares. A resposta é que haveria chances de haver um pai, mas que isso não era motivo de um retorno a sua terra e origens por não existir nada lá que o force a regressar.

Dez dias após deixar os missionários na Birmânia, há a notícia de que estão desaparecidos e seria necessário um resgate juntamente com um pequeno número de homens altamente treinados para situação de guerrilha, além de contar com rebeldes da região contrários a ‘ordem’ vigente. É neste momento que existe o olhar para o passado e aceitação de sua real natureza. Consigo mesmo diz: “Você sabe o que você é, do jeito que é feito. Não pode combater isso. Isso nunca vai mudar, Deus não vai mudar isso. Quando se é forçado, matar é tão fácil quanto respirar!”

Reflexões à parte, ai que começa a matança de fato, e acreditem, o filme é o mais violento da cine-série. Homens, mulheres e crianças em meio há tanta brutalidade faz pensar o quanto de bondade ainda resta no mundo. A impressão que se tem dentro da sala escura é de que sangue, tiros e lama saem diretamente da tela de projeção.

Rambo consegue ser um retalhador maior ainda que o mítico e amaldiçoado Jason Vorhees da franquia Sexta-Feira 13, o grande assassino serial do cinema. Seja desarmado ao degolar um soldado birmanês, manuseando pistolas e fuzis, ou com o seu facão (marca registrada do combatente norte-americano), uma coisa é garantida: Todos os oponentes têm a morte certa!!!

“Viver por nada, ou morrer por algo” é a frase entoada pelo astro e depois de tudo obrigado a fazer nos quatro longa-metragens, ninguém mais do que John Rambo merece descanso e paz. Caso queira saber do motivo, após tantos anos buscando por sossego, do grande soldado estar morando próximo a uma guerra, a resposta é simples: A tentativa (ou desculpa) de Stallone em fazer novamente sucesso como herói de ação. Aceitável seria este motivo em ressucitar o clássico personagem?
1 Response
  1. Caraca Efra
    Deu até vontade de assistir ao filme
    E olha que não sou fã do Stalone
    São poucos os filmes dele que me agradam
    Esse filme pode até criar debate:
    "Rambo: assassino ou herói?"