Speed Racer
Ah, a infância... Época de magia, despreocupações e diversão. Para você que se divertiu ao ver o anime saiba que Trixie (Christina Richie), Pops (John Goodman), Mom (Susan Sarandon), Sparky (Kick Gurry), Gorducho (Paulie Litt) e o macaco Chim-Chim (Zequinha como chamado na dublagem dos desenhos) fará reviver em você essas sensações em níveis muito maiores. Os irmãos Wachowski trazem a sua primeira direção desde a Trilogia Matrix em 2003 conseguindo resgatar de forma fiel e impactante um personagem icônico: Speed Racer!

Emile Hirsch tem a grande responsabilidade de representar o personagem e fazer crer a gerações de fãs que pode ser o corredor. É uma história de origem, portanto, vamos a esta. Tudo começa ainda na infância quando Speed só pensava em uma coisa apenas: Correr. Tem o irmão mais velho Rex a quem tem profunda admiração e idolatria por ser um tremendo piloto. Mas supostamente morre e oito anos depois aquele garotinho inocente torna-se um dos maiores corredores com o Mach 5.

Por torna-se muitíssimo popular no mundo das corridas lhe é proposto uma grande chance em ser patrocinado, ter o melhor treinamento possível e toda maquinaria disponível. Graças ao elo fortíssimo com a família (principalmente o pai) que acredita que correr é mais que um esporte, uma religião e todo este glamour de patrocinadores destroem o verdadeiro sentido de correr e ser livre, ele nega o acordo descobrindo estar imerso em problemas, como de perceber que corridas podem ser arranjadas a todo o tempo. Todo o brilho se apaga dos olhos de Speed ao encarar a verdade, mas ainda assim apesar de ameaças decide lutar contra o milionário Senhor Royalton (Roger Allam) no evento Casa Cristo, que se passa no deserto.

Bom, já sabemos do que se trata o filme. Vamos agora para outra parte, os elementos bem pensados na fita. Destaque para Paulie Litt que interpreta Gorducho, o irmão caçula da família Racer com o seu macaco. Certamente, mesmo que por breves momentos, rouba a cena por trazer o tom cômico com seu jeito comilão, intrometido e briguento.
Em meio a muita adrenalina, o misterioso Corredor X, interpretado de forma convincente por Mathew Fox (O dr. Jack Shephard de Lost) com seu visual de super-herói em couro preto, com máscara e óculos.

Outro destaque muitíssmo forte e inegável é o visual das paisagens e carros velozes. Apesar das cores saturadas e o óbvio fundo em croma key em que todos atuam, é de intensa presença principalmente com o show de tracejo de luzes, enquadramentos múltiplos que cruzam a tela de projeção e outros efeitos visuais. Os momentos mais empolgantes e de cair o queixo são a corrida em Casa Cristo e o embate final de Racer na pista. É como se você realmente estive dentro do carro vendo apenas borrões e clarões riscando a sua frente. A força do filme nos cinemas com seu sistema de som e tamanho da tela proporcionam esse efeito.

Uma outra curiosidade é o carro da Petrobras. A empresa pagou um milhão de dólares para ter seu destaque no longa-metragem, ou seja, publicidade, mas a todo o momento insistiu nas negociações em não querer ser mal vista como uma corporação maléfica. Não fique tão na expectativa em ver a máquina verde-amarela Green-Energy, já que não passa de poucos segundos a sua participação e nem mesmo é possível ver quem a pilota.

O bom humor (mesmo que pastelão às vezes) é constante como na cena em que toda a família luta Kung-Fu. Sim, isso mesmo, são exímios lutadores. Destaque de novo para Gorducho e até mesmo o macaco! Mesmo assim não é um filme boboca, embora haja um certo tom puro vindo de Speed Racer ao contar sua paixão por corridas e claro os momentos clichês sobre quem realmente se é, e o que se quer no momento clímax.

Este aspecto água com açúcar é devido a vontade de alcançar uma classificação mais branda... Mesmo assim uma história para aquelas crianças já crescidas que acompanhavam as aventuras do desenho, ademais uma introdução para geração do momento que não teve a oportunidade ver o anime. Mesmo a lutas impossíveis, acrobacias que desafiam o bom senso (e as Leis de Newton) e a clássica forçação de barra, sinta-se imerso na viagem a mil por hora das imagens psicodélicas nas pistas, e se dê a chance de ser criança de novo ao assistir Speed Racer. Quem sabe numa seqüência (se houver) as coisas sejam mais verossímeis e sérias e dizer mais uma vez "Vai Speed, vai"?
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