Agente 86
Se existe alguém que personifica exatamente da pior maneira, contudo hilária, James Bond, esse era Don Adams na sessentista série cômica Agente 86 (Get Smart), criada pelo mestre do riso Mel Brooks, que atualmente teve uma versão cinematográfica de mesmo nome que com certeza arrancará gargalhadas pelas atuações.

Steve Carrell (O Virgem de 40 Anos e a série The Office) encarna impecavelmente Maxwell Smart, o atrapalhado agente que trabalha para a organização contra o crime mundial chamada CONTROLE. O sonho do trapalhão ‘altamente treinado’ é torna-se um agente de campo e o consegue quando os melhores são mortos misteriosamente, sendo então promovido por falta de opção (!). A trama é bem simples... Impedir que a organização KAOS execute um ataque terrorista ao presidente dos Estados Unidos.

Para tamanha missão tem como parceira a atriz Anne Hathaway, que está lindíssima como agente 99, e um certo suporte do agente 23 encarnado pelo carismático brutamontes Dwayne Jonhson, que parece decidido a dar um tempo dos filmes de ação um tanto non-sense e desiste de assinar como “The Rock”.

A dupla é a todo o tempo uma inconstante, ela é eficaz e ele um desastre, mas a química entre os dois na ação é ótima e mesmo assim se completam. São ordenados pelo Chefe (o ator Alan Arkin), o mal humorado e careca chefão da organização CONTROLE. Ele chega até mesmo a se digladiar e cair no tapa com o vice-presidente da América em uma reunião ultra-secreta, este último considerado pelo presidente dessa mesma nação (James Caan) como um verdadeiro imbecil!

Do lado dos vilões da KAOS temos o icônico, e eterno General Zod, Terrence Stamp que interpreta Siegfried. É verdade, ele faz o típico vilão que quer por que quer executar um maligno plano com seus cabelos brancos e olhos esbugalhados, mas nem por isso deixa de ser atraente este veterano dos cinemas atuando.

O segredo de Agente 86 de Peter Segal está na comédia física de Carrell, com destaque para a cena de dança entre o astro principal e uma gordinha engraçadíssima num salão abarrotado de convidados ao estar disfarçado para coletar informações. Outro ponto forte são as cenas de ação elaboradas. Em meio à performance do comediante, vemos lutas, tiroteios, explosões, perseguições de carro em alta velocidade... Tudo de um jeito sofisticado e ainda assim (falsamente) tosco, e isso traz toda a graça ao filme. E durante a execução de um plano e outro capengamente cumprido, sobra espaço para um iminente romance entre Maxwell e 99.

Don Adams realmente marcou como o personagem, mas a tendência de Hollywood é reviver os clássicos e Steve Carrell faz muito bem a construção do personagem, e nem mesmo é preciso ter acompanhado a série para entender o filme, embora não faltem elementos da extinta série que deixará os fãs satisfeitos (vide o sapato que serve de telefone, bugigangas, as portas que se fecham automaticamente...). Mesmo comprando um saco de pipocas e refrigerante, o que irá ser saboreado mesmo é a comédia. Bom filme para você!
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