Star Trek
Os fãs da série de capitão Kirk, senhor Spock e companhia ficarão satisfeitos com o reinício deste que promete ser apenas o começo de muitas aventuras trekker. Senhoras e senhores, Star Trek!

Já de cara tem de ser parabenizado o trabalho da dupla de roteiristas, Alex Kurtzman e Roberto Orci que são os mesmos de Transformers, por se encarregarem de introduzir a nova geração o universo trekker sem perder o mais importante: o foco para os antigos fãs da série original, a qual o filme foi baseado.


O nome dele é Abrams, J.J. Abrams


J.J. Abrams começou fazendo tv. Séries como Felicity, Alias, o furacão Lost e até tem o nome creditado no arrasa-quarteirão Armagedom. Em 2005 dirigiu Missão: Impossível III e em 2008 foi a vez de Cloverfield.


Mas para J.J. poderia haver um fardo muitissimo pesado de 40 anos de culto. Dirigir o cult Jornada nas Estrelas que é no mínimo ousado. O que ele fez foi criar uma realidade alternativa do universo trekker que se auto afirma coesamente na narrativa devido a um personagem retornar no tempo por anos e anos, juntamente com o vilão da história, a qual se passa a história do longa metragem. Resumindo, começou do zero sem desvalorizar a série ou filmes anteriores.


Isso abrirá portas a um mar de novas possibilidades, tomando novos rumos, não estando mais preso aos filmes anteriores e o melhor é que isso atrairá novos e antigos fãs da ficção científica. Se os doze filmes anteriores eram bem fechados, destinados somente ao público alvo específico, Abrams consegue milimetricamente traçar uma história que mantenha a essência de Star Trek, mesmo que tomando novos rumos, e de quebra tenha apelo ao grande público que nunca tenha se interessado ou visto esta obra.



Os personagens

Como nasce uma lenda, aquele que virá se tornar o maior capitão da frota estelar? James T. Kirk (Chris Pine) nasce, literalmente, numa batalha no espaço a qual o pai Tiberius torna-se capitão da nave por meros 12 minutos, salvando a vida de muitos da tripulação.

Desde pequeno o garoto já mostrara sangue quente e um comportamento radical. A cena pós-introdução é uma prova disso. O jovem num Corvette, ao som de Sabotage dos Beast Boys, a toda velocidade perseguido por um oficial da lei. Pouquíssimos instantes antes de cair num precipício, ele pula do carro e quase cai junto da máquina possante. O policial, alienígena, pergunta qual o seu nome. De arrogância maior que a própria estatura responde: “Meu nome é James Tiberius Kirk!” Pine conseguiu passar credibilidade ao personagem, não se prendendo a imitar os trejeitos de William Shatner, o Kirk original. Acredite, ele é James T. Kirk.

Em paralelo, vemos a educação rígida de Spock (Zachary Quinto da série Heroes) e o preconceito sofrido por ser mestiço, já que ele é filho de um vulcano com uma humana (Winona Rider). Pela tradição vulcana, há somente espaço para lógica e a razão, usadas para que não se deixem cair nas profundezas de fortes emoções e podem, apesar da frieza, sucumbir à emotividade mais que humanos. Mas o ser de orelhas pontudas é meio-humano, portanto sempre em conflito. Por horas frio e lógico, mas em outras movido por sentimentos.

É interessante e até engraçado o fato do pequeno Spock ser um nerd e sofrer afrontas de um trio de valentões prontos para surrá-lo, destaque para as falas. Tomado por raiva surra um dos valentões. Quem diria o buillyng sendo um problema até fora da Terra?

Anos mais tarde, um jovem adulto e audacioso Kirk numa briga de bar. Grosseiro, mulherengo, extremamente combativo. Depois de surrado vê a chance de se alistar para as forças da frota graças ao capitão Pike que conhecera o pai dele, e mudar de vida servindo a um propósito maior. Ai a aventura começa.

Por ser o oposto de Spock, isso rende belos diálogos e embates psicológicos. São quase mind games que tem como base a razão e emoção, ou simplesmente têm visões diferentes quanto a que procedimentos tomar em meio ao perigo de ataque. Enquanto que em Spock há um mar de emoções reprimidas, em Kirk uma explosão de impulsividade. Mais opostos, impossível.

O vilão da vez é interpretado por Eric Bana, Nero. Um romulano. Como em muitos dos filmes da franquia, o vilão é frio e sem piedade. A nave que está a cargo é escura e cheia de parafernálias tecnológicas. Seus planos se limitam à vingança, é verdade, especificamente a Spock. Mas o desenrolar da trama, as formas como são reveladas essa obsessão cega são devidamente justificadas.

Mas infelizmente a atuação, apesar de boa, fica esfumaçada quando a história permeia pelas instalações da Enterprise e seus tripulantes. É no mínimo estimulante ver os personagens clássicos saltando um por um com as devidas introduções. Como as de Karl Urban fazendo McCoy, Zoe Saldana sendo Uhura, Anton Yelchin encarnando o adolescente russo Tchecov, John Cho como Sulu, e por último Simon Pegg atuando como Scott. Mesmo em participação curta Pegg roubas as cenas com aquele humor em discussões sobre o problema do tele transporte, com as brigas com o pequeno alien ajudante, ou em momentos em que sua personagem rompe silêncios de forma constrangedora.

As imagens

A câmera de J.J. Abrams é ágil e trêmula, com zooms, principalmente nas cenas de ação. Algumas até vertiginosas. Um dos melhores exemplos é o salto em queda livre de Kirk e Sulu. Quando não isso, são os efeitos visuais, as batalhas entre naves, os pontos luminosos na imensidão do espaço e a trilha sonora em meio aos momentos mais tensos e gloriosos.



Easters Eggs


Também não estão de fora. São pistas, ou surpresas no decorrer da trama. Na série por exemplo, era muito comum nas missões de campo uma equipe e dentre eles, um membro de camisa vermelha. Era justamente esse quem morria. Na missão em que Kirk e Sulu fazem queda livre, havia mais um trajado de vermelho. Adivinha quem morre? Este é um dos vários que claro, não vale a pena narrar e sim ver no filme.


Porque ver o filme?


Diálogos rápidos e precisos, de muito bom humor até. Chris Pine que o diga. A química entre ele e Saldana, ou com Urban é salta das telas. Tão competente é a dele com Quinto, por ser algo mais ácido e inevitável. Impossível não simpatizar com a petulância da personagem de Pine.


Está tudo lá. Os efeitos sonoros da nave, as falas, uma participação especial surpresa e as caracterizações. Em especial Quinto e Karl Urban, precisos como Spock e McCoy, respectivamente, com sua postura física, jeito de olhar, gesticular e expressar. E claro, a trilha sonora marcante que acompanha a abertura do seriado sessentista com direito as clássicas palavras “O espaço, a fronteira final...”.

Atreva-se você também a ir para onde nenhum homem jamais esteve nesta versão atual e saudosista ao clássico de Jornada nas Estrelas. Vida longa e próspera à você e a nova franquia de J.J. Abrams.


Classificação: Explosão Audiovisual.


























3 Responses
  1. Kamila Says:

    Eu gostei muito de "Star Trek". Não era familiarizada com o universo da série, mas adorei o trabalho feito pelo J.J. Abrams, pelos roteiristas e pelo elenco.


  2. Fabio Alves Says:

    ainda nao vi Star Trek , por isso nao li .. pra nao perder a graça ... rs*


  3. Fabio Alves Says:

    da uma moral lah no meu tbm